No último domingo, em sua , Luís Fernando Veríssimo citou trechos de Saint Oscar, peça do filósofo, dramaturgo e crítico literário Terry Eagleton, sobre o julgamento de Oscar Wilde. Gosto especialmente deste, onde o Wilde fictício diz:
“Nunca entendi o sentido do termo moralidade, a não ser como um meio de opressão. Sou, em suma, um decadente. Mas temo que a saúde de vocês possa ser mais doentia do que a minha decadência. Melhor sensacionalista do que imperialista. Temo pela saúde moral de uma nação inteira obcecada em determinar qual é o buraco certo. Vocês subjugam raças inteiras, condenam a massa da sua própria população à miséria e ao desespero, e só conseguem pensar que órgão sexual deve entrar onde”.
E deste:
“Vocês sustentam que homem é homem e mulher é mulher. Eu sustento que nada é simplesmente o que é, e que o ponto em que isso acontece se chama morte. Portanto exijo que meus defensores sejam metafísicos em vez de advogados e que o júri seja composto pelos meus pares – poetas, pervertidos, vagabundos e gênios.”
[grifo meu]
Não é lindo? O único momento em que as coisas simplesmente são o que são (ou o que parecem ser) é a morte, o nada. Há tempos não via uma afirmação tão cheia de significado…
Na vida real, após a acusação de sodomia feita pelo Marquês de Queensberry, Oscar Wilde foi condenado a dois anos de prisão e trabalhos forçados, em 1895. Neste link, sua bela fala em defesa do “amor que não ousa dizer o nome”.
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